Treze detidos por incêndio que deixou 151 mortos em Hong Kong
A polícia de Hong Kong informou nesta segunda-feira (1º) que 13 pessoas foram detidas até o momento devido ao grande incêndio em um complexo residencial na semana passada, que deixou pelo menos 151 mortos.
As detenções ocorreram por suspeita de homicídio culposo, enquanto os investigadores tentam reconstruir o que provocou a rápida propagação das chamas no complexo de arranha-céus.
As autoridades analisam fatores como o uso de painéis de espuma de poliestireno e andaimes de bambu nas obras de renovação dos edifícios.
Também indicaram nesta segunda-feira que parte das redes de proteção utilizadas nas obras de reforma do complexo residencial não seguia as normas de proteção contra incêndios.
A polícia coletou amostras de 20 pontos diferentes e as de sete destes "não cumpriam os padrões de proteção contra incêndios", explicou um funcionário de alto escalão do governo de Hong Kong, Eric Chan.
O comandante da polícia Tsang Shuk-yin declarou que o número de mortes confirmadas aumentou, passando a 151, às 16h00 locais (5h em Brasília). O balanço anterior, de domingo, era de 146 mortos.
"Não podemos descartar que o número continue aumentando", adicionou o comandante.
- Treze detidos -
O incêndio que devastou as torres Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, é o mais mortal em um edifício residencial desde 1980.
A polícia concluiu as buscas em cinco dos oito blocos do complexo. E Tsang afirmou que "alguns restos já foram reduzidos a cinzas", considerando que talvez não seja possível recuperar algumas das pessoas desaparecidas.
A polícia encontrou os restos mortais dentro de apartamentos, nos corredores e nas escadas, e continuará inspecionando os edifícios, acrescentou.
Chan Tung, chefe de segurança da polícia de Hong Kong, disse à imprensa que seus agentes "abriram imediatamente uma investigação aprofundada por homicídio culposo", o que levou à detenção de 13 pessoas. Incluindo 12 homens e uma mulher, com idades entre 40 e 77 anos.
A imprensa local indicou que a polícia prendeu separadamente três pessoas por sedição, entre elas o estudante de 24 anos Miles Kwan, que havia distribuído panfletos exigindo responsabilidades do governo pelo incêndio.
Segundo o chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, foram feitos "comentários imprecisos na internet" com o único propósito de "ameaçar a segurança nacional", ao ser questionado sobre as detenções por sedição.
"Devemos tomar medidas adequadas (...). Não se podem revelar os detalhes da operação, pois afetam a segurança nacional", acrescentou.
Kwan foi visto saindo de uma delegacia na tarde desta segunda-feira, sem fazer comentários sobre seu caso.
A cidade tem testemunhado uma grande demonstração de luto nos últimos dias. Milhares de pessoas depositaram flores e prestaram homenagens durante um período de luto de três dias, e algumas das notas deixadas no local pedem que se assumam responsabilidades.
T.Lazarou--AN-GR