

Jonathan Anderson imprime sua marca na Dior com desfile masculino em Paris
O novo diretor artístico da Dior, Jonathan Anderson, deu seu primeiro toque à coleção masculina da marca francesa, com um desfile colorido e cheio de travessuras, nesta sexta-feira (27), no Hotel de los Inválidos em Paris.
O designer que tirou a centenária marca espanhola Loewe da decadência optou por repetir sua fórmula de sucesso: cuidado no tratamento dos materiais, ousadia no conceito e disposição para provocar fãs e especialistas.
O norte-irlandês de 40 anos já havia dado pistas de sua proposta com vários vídeos nas redes sociais, nos quais se via, entre outros, a estrela do futebol Mbappé ajustando sua gravata sem muita habilidade.
O desfile parecia a entrada ou saída de uma festa de formatura universitária em Oxford: rapazes com gravata borboleta, mas sem camisa, apenas com o fraque. Outros vestiam casaco e camisa sobre jeans desbotados. Nos pés, sapatos tipo pescador com meias brancas.
Destacou uma bermuda oversized tipo cargo, cor-de-rosa vibrante, com muitos bolsos e camadas, recurso não visto há algum tempo, e um corte impecável.
Os cachecóis também ajustavam as calças. Alguns modelos desfilaram sem calças, mas com cuecas tipo boxer, combinando com a camisa ou blusa.
- Diretor artístico todo-poderoso -
Desde que Christian Dior a fundou em 1947, a poderosa marca não havia mantido um mesmo diretor artístico para as coleções masculina, feminina e alta-costura.
Conhecido por sua paixão pela arte contemporânea e por seu estilo conceitual, Anderson parece pronto para assumir esse desafio.
A expectativa em torno deste primeiro desfile da Dior sob Anderson era alta. Um grande número de estrelas, como Pharrell Williams (Louis Vuitton), Rihanna, Donatella Versace, Robert Pattinson ou Daniel Craig, compareceu ao Hôtel des Invalides.
Criador de sua própria marca JW Anderson, o norte-irlandês aumentou as vendas da Loewe durante seus quase 12 anos à frente da casa, entre 2013 e 2025.
No mesmo dia, Willy Chavarría apresenta sua coleção pela segunda vez em Paris, com seu street style imponente e completamente oposto ao de Anderson.
Nascido em 1967 na Califórnia, Chavarría é um estilista militante, defensor dos migrantes, da causa homossexual, e se inspira na moda dos anos 40. Calças largas, ombreiras, camisas abertas, correntes e adornos são combinados a agasalhos esportivos e tênis de basquete.
Chavarría causou sensação há seis meses com um desfile que contou com uma intervenção musical do rapper J Balvin, em uma igreja de Paris.
O setor de luxo vive momentos de incerteza e mudanças nas direções artísticas em marcas como Dior, Balenciaga e Chanel.
C.Makris--AN-GR