

China recebe ministros da Defesa do Irã e da Rússia em momento de 'mudanças cruciais'
A China recebeu nesta quinta-feira (26) os ministros da Defesa do Irã, Rússia e outros países aliados, em um momento de "mudanças cruciais" no cenário internacional, com múltiplas guerras no Oriente Médio e o aumento dos gastos militares decidido pela Otan.
O governo chinês organiza na cidade portuária de Qingdao, leste do país, um encontro de cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, um fórum intergovernamental de 10 membros que Pequim apresenta como um contrapeso aos blocos ocidentais.
Diante de seus pares da Rússia, Irã, Paquistão e Belarus, o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, descreveu a cúpula de Qingdao como um fator de equilíbrio diante de um mundo "em caos e instabilidade".
"Enquanto as mudanças cruciais do século aceleram, o unilateralismo e o protecionismo estão em ascensão", declarou Dong, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
"Os atos hegemônicos, dominantes e intimidatórios prejudicam gravemente a ordem internacional", alertou Dong, que convidou os aliados a "adotar ações mais robustas para proteger em conjunto o entorno para um desenvolvimento pacífico".
O encontro na cidade com uma importante base naval chinesa acontece durante um frágil cessar-fogo na guerra de 12 dias travada entre Irã e Israel.
Também ocorre um dia após a reunião de cúpula da Otan que decidiu elevar os gastos de Defesa para satisfazer as exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A reunião em Qingdao permitiu um encontro separado entre Dong e o ministro russo da Defesa, Andrei Beloussov, que celebrou os vínculos "de nível sem precedentes" entre os dois países.
"As relações amistosas entre nossos países mantêm uma tendência ascendente de desenvolvimento em todas as direções", afirmou Beloussov.
A China se apresenta como figura neutra na guerra da Rússia contra a Ucrânia, mas os governos ocidentais criticam Pequim e apontam um apoio diplomático e econômico crucial a Moscou.
J.Karalis--AN-GR