

Ataques israelenses deixam ao menos 17 mortos em Gaza
Pelo menos 17 pessoas morreram nesta quinta-feira (14) devido a bombardeios e disparos israelenses na Faixa de Gaza, indicou a Defesa Civil do território palestino.
Entre os mortos, há seis pessoas que estavam esperando para receber ajuda humanitária, declarou à AFP o porta-voz da agência local de emergências, Mahmud Basal.
"As forças de ocupação israelenses estão intensificando seus ataques em Zeitun", um bairro no sudoeste da Cidade de Gaza, no norte do território, cercado e devastado por mais de 22 meses de guerra, disse Basal.
"Pelo quarto dia consecutivo, a zona é alvo de uma operação militar que causou um grande número de mártires e feridos. Desde o amanhecer, recebemos 28 chamadas de famílias do bairro, algumas cujos filhos morreram. Muitas pessoas não podem sair devido aos disparos", afirmou.
Maram Kashko, um habitante de Zeitun, disse que “os bombardeios se intensificaram há quatro dias”. “Meu sobrinho, sua esposa e seus filhos morreram em um bombardeio”, contou.
O exército israelense anunciou na quarta-feira um novo plano militar na Faixa de Gaza, onde continua sua ofensiva lançada em resposta ao ataque no território israelense do movimento islamista palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Por ordem do gabinete militar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o exército se prepara para tomar o controle da Cidade de Gaza e dos campos de refugiados vizinhos, com o objetivo de derrotar o Hamas e libertar os reféns israelenses.
Israel atualmente controla três quartos do território palestino, onde aproximadamente dois milhões de habitantes necessitam urgentemente de alimentos, segundo a ONU.
Ao desastre humanitário somam-se ainda, há alguns dias, altas temperaturas.
"O calor é insuportável. Vivemos em uma barraca de nylon, é como um forno. Não podemos ficar dentro durante o dia, não temos ventilação", disse Um Khaled Abu Jazar, de 40 anos, deslocada do campo de Al Mawasi, no sul do território.
O ataque do Hamas que desencadeou a guerra deixou 1.219 mortos do lado israelense, em sua maioria civis, segundo uma contagem baseada em dados oficiais.
Dos 251 reféns capturados no dia do ataque, 49 ainda estão cativos em Gaza, dos quais 27 morreram, de acordo com o exército.
As represálias israelenses causaram 61.776 mortes em Gaza, de civis em sua maioria, segundo os dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
N.Tsakalidis--AN-GR