Athens News - Colômbia reforça operações militares após ataques que deixaram 18 mortos

Colômbia reforça operações militares após ataques que deixaram 18 mortos
Colômbia reforça operações militares após ataques que deixaram 18 mortos / foto: Iusef Samir Rojas - AFP

Colômbia reforça operações militares após ataques que deixaram 18 mortos

A Colômbia reforçou as operações militares em duas regiões do país após um dia de extrema violência de grupos armados guerrilheiros na quinta-feira, com pelo menos 18 mortos e mais de 100 feridos.

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Na manhã de quinta-feira (21), guerrilheiros derrubaram um helicóptero e enfrentaram policiais em um ataque com fuzis e um drone carregado com explosivos que matou 12 militares em uma zona rural do departamento de Antioquia (noroeste).

Durante a tarde, um caminhão carregado de explosivos foi detonado diante de uma base aérea militar em Cali (sudoeste), a terceira cidade mais populosa do país. O ataque matou seis civis e deixou mais de 60 feridos, segundo a Defensoria do Povo.

As autoridades atribuem os ataques a duas dissidências das Farc, que rejeitaram o acordo de paz assinado em 2016 com a maior parte deste grupo guerrilheiro.

O presidente colombiano Gustavo Petro declarou à imprensa, após uma reunião com seus ministros e a cúpula militar em Cali, que o ataque na cidade foi "uma reação" dos rebeldes às operações em uma área próxima de cultivo de folha de coca, conhecida como o 'Cânion do Micay'.

"Estamos enfrentando uma máfia internacional, com grupos armados aqui", disse Petro. "O golpe à população de Cali é indubitavelmente profundo, é brutal, é de terror", acrescentou.

- Militarização e operações aéreas -

O ataque na localidade de Amalfi (Antioquia), a cerca de 150 quilômetros de Medellín, foi atribuído às dissidências sob o comando de um criminoso conhecido como Calarcá. O esquadrão de polícia atacado estava em uma missão de erradicação de cultivos de narcóticos.

O Exército "mobilizou todas as suas tropas" no departamento e reforçou as operações policiais na região com artilharia e operações aéreas, anunciou o general Hugo López, comandante das Forças Militares.

O prefeito de Cali, Alejandro Eder, ordenou na quinta-feira a "militarização" da terceira maior cidade do país e o reforço da segurança nos principais acessos terrestres.

As autoridades atribuíram a explosão na cidade a guerrilheiros sob o comando de 'Iván Mordisco'.

O caos reinava no norte de Cali na tarde de quinta-feira. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram veículos em chamas, casas destruídas, pessoas feridas no chão e outras fugindo em meio ao barulho de alarmes e gritos.

O Ministério Público anunciou a detenção de dois homens "que teriam participado da ativação dos artefatos explosivos" na cidade.

- Eleições -

A violência se intensifica no país, que vive a pior crise de segurança na última década a um ano das eleições presidenciais.

Em 11 de agosto, morreu o candidato favorito da direita, Miguel Uribe, após ser atingido com um tiro na cabeça em um atentado em Bogotá.

O acordo de paz de 2016 resultou em um período de tranquilidade, mas especialistas acusam o Estado de não ter chegado aos territórios onde os rebeldes das Farc atuavam, o que facilitou a consolidação de outros grupos armados.

Desde que chegou ao poder, em 2022, Petro tenta negociar com todos os grupos armados, mas a maioria dos processos se encontra em ponto morto.

Somente avançam as negociações com o Clã do Golfo, no Catar, após várias tentativas fracassadas iniciadas em 2023. Também há conversas com uma pequena cisão da guerrilha ELN.

J.Karalis--AN-GR